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Onde ele anda é outro céu...Uma rede se tece

[Figura 1] A Queda. Rene Magritte
Como surge uma obra de arte? Eu diria que do mesmo modo que o universo: de um Big Bang de um atrito, de um conflito, de uma explosão ou se preferir do barro, terreno fértil, húmido. Mas o fato é que algo acontece, floresce, explode, faz surgir alguma coisa. E foi assim de um tropeço como uma semente que por descuido cai na terra e fecunda que Onde ele anda é outro céu se fez em broto... Um dia esbarrei-me no Fio das Miçangas do Mia Couto e em meio as palavras, orações, estrofes, contos, lá estava o Homem Cadente caindo... caindo... e caiu sobre mim, desse “choque” um desejo de descobrir por que aquele homem caíra e por que tantos outros caem aos montes do nosso lado me surgiu. “[...] Que sucedera para se suicidar, desabismado? Que tropeção derrubara a sua vida? Podia ser tudo: os tempos de hoje são lixívia, descolorindo os encantos” (COUTO, pg.6).

[Figura 2] O Filho do Homem. Rene Magritte. 1964
Como quem procura um tesouro, fui  em busca de pistas/perguntas/respostas e dessa rede que começara a tecer encontro-me com o René Magritte e sua chuva de homens [figura 1] e o misterioso personagem que desafia as leis da gravidade escondendo seu rosto atrás de uma maçã [Figura 2], sim, talvez aquela mesma maçã que dissera a Newton que existe sob nossos pés uma força que nos impede de flutuar. E o Zuzé Neto? Pois, “[...] Quando fitei os céus, ainda mais me perturbei: lá estava, pairando como águia real, o Zuzé Neto. O próprio José Antunes Marques Neto, em artes de aero-anjo. Estava caindo? Se sim, vinha mais lento que o planar do planeta pelos céus.” (COUTO, pg.6) Estaria o Zuzé acima das leis físicas que regem o nosso mundo? Ele não seria

desse cosmo? Viveria em um lugar onde tudo é possível desde que se deseje ser? Seria ele nascido do mesmo ventre de onde nascem os sonhos?

Não sei. Sigo colhendo pistas, indícios, tecendo uma rede de vestígios que “ganha complexidade à medida que novas relações vão sendo estabelecidas.” (SALLES, 2012, p.10). Assim, ao mesmo tempo em que arremato os pontos deixo as extremidades por fazer, ávidas por novas conexões/encontros. Desse modo, vou trilhando meu caminho e como um náufrago coloco-me a deriva no universo da criação artística.

André Vitor Brandão

Bibliografia
COUTO, Mia. O Fio das Miçangas. São Paulo: Companhia das letras, 2009.
SALLES, Cecília Almeida. Redes da Criação - Construção da obras de arte. 2008.



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2 comentários

Agradeço amigo! Se estiver por aqui em dezembro venha ver a demonstração de processo que farei dia 16/12 no teatro Dona Amélia. beijo grande!

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